segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Os vinte anos de Organização Mundial do Comércio

No último post do ano na área de Direito e Comércio Internacional, gostaríamos de ressaltar o aniversário da Organização Mundial do Comércio (OMC). A OMC começou a desenvolver seus trabalhos em 01 de janeiro de 1995, e deve ser analisada como um dos principais resultados da Rodada Uruguai. Essa organização é aquela responsável por coordenar as negociações, bem como a elaboração de acordos relacionados ao comércio internacional, e supervisiona a prática de tais normas. Assim, a OMC procura desenvolver um diálogo importante entre os atores internacionais e as concepções de livre-mercado preconizadas pela organização.
Porém, dada a heterogeneidade de seus membros e dos temas discutidos, o processo de consenso pretendido pela OMC é complexo e ambicioso. A OMC ainda recebe diversas críticas pela dificuldade em conseguir finalizar seus acordos. Entretanto, dentro da própria estrutura da organização, repousa sobre o Órgão de Solução de Controvérsias um importante ambiente de discussão e decisão referente à proposta inicial da organização no sentido de facilitar o comércio internacional ao tentar coibir ações contrárias a esse propósito como, por exemplo, a prática de dumping.
No início do ano corrente, Roberto de Carvalho Azevedo, diretor-geral da OMC, chamou a atenção, em seu discurso em comemoração ao aniversário da organização, para anecessidade de se articular negociações e acordos de forma mais rápida, já que a dificuldade em finalizar a Rodada de Doha, por exemplo, ainda apresenta-se como uma crítica bastante contundente ao papel da instituição na promoção e conclusão de acordos internacionais.
Assim, a comemoração dos vinte anos da organização mostra uma abertura à interação entre os atores internacionais, mas aponta, também, para uma reflexão em relação às fragilidades e dificuldades em operacionalizar seu papel. Tais barreiras não são intransponíveis, mas nos conduz a repensar alguns conceitos importantes como soberania e protecionismo, essas, sim, barreiras impostas pelos próprios Estados e que podem ser vislumbradas com alguma facilidade no âmbito do comércio internacional.

Professora Tutora Daniela Bertotti